sexta-feira, 4 de setembro de 2009

“Ora, - direis - ouvir estrelas!”

(Olavo Bilac)


Ouço, e elas às vezes me enlouquecem! Falam todas ao mesmo tempo, cada uma com um assunto diferente... isso quando não se põem a dar risinhos ou mesmo a gargalhar! Uma infinidade de vozinhas dessincronizadas e aflitas! Estrelas... não me dão paz!
Ai de mim que estou sempre à disposição e empresto meu ouvido pra essas histéricas!

Olha, a gracinha toda é só pra esconder que estou num momento meio baixo astral. Algumas vezes me dói um pouco ser eu mesma. Saber as coisas que eu sei, não saber as coisas que eu não sei, ser gênio e imbecil. Entre outras coisas.
Sinto falta de tanta coisa! É um buraco que vai num eterno crescente e, quanto mais o tempo passa, mais se aprofunda. Eu não sei se pertenço mesmo a essa realidade, ou se por acidente atravessei uma fenda entre meu mundo e este aqui. Não sei em que momento isso se deu. Só sei que sinto falta de casa. Da minha vida. Das pessoas que eu amei. De tudo que fui. Que foi.
O mundo tem de evoluir, as coisas se renovam. Mas algumas coisas deveriam permanecer imutáveis. Não sei bem dizer que coisas são essas. Só posso senti-las. E uma vez que não tenho como estudar, analisar, sequer pensar sobre uma coisa assim, que só se sente, que não é tangível no plano das explicações e dissertações... sei lá se é realmente o fato de elas mudarem que me atormenta tanto?! Talvez se não mudassem fosse ainda pior.


Tenho ouvido muitas vozes, ultimamente. As estrelas interiores estão em polvorosa! Nada do que dizem faz, ou fez, em algum momento da minha vida, sentido nenhum pra mim. Estive tentando ouvir cada uma delas, já que não tinha muito mais o que fazer... e acabei por me deprimir e aos outros. Agora procuro encher o meu tempo o máximo que posso e vou ignorando... pra que o que elas falem vá ficando arquivado na pasta de “spams”.
Sei, sei. Tô deveras “emo” esses dias. É um dos meus defeitos/qualidades: ser intensa.

Basta por agora.
Beijos à todos.

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