segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Estou com medo, tive um pesadelo"

"Estátuas e cofres
e paredes pintadas.
Ninguém sabe o que aconteceu...
(...)
Nada é fácil de entender...


Dorme agora...
É só o vento lá fora.

(...)

É preciso amar as pessoas
como se não houvesse amanhã.
Porque se você parar pra pensar,
na verdade não há."

E hoje faz um mês.
Que Deus te guarde.
Passa.
Um mínimo de descuido,
qualquer vacilo,
e a vida passa.

Segue adiante
e o tempo
afasta
esmaece
confunde
distorce
apaga
memórias e sentimentos.

Como um trem
avança...
e a cada parada,
a lembrança das últimas.
E as mais distantes
se perderam.
Onde? Quando?
Por quais lugares passei?
Quem era eu, então?

E "ses" e "porques" preenchem
todo o vazio que se sente.

E o novo
perde o frescor e o encanto
e é visto como efêmero.

Dá-se um valor ao passado
que já não lhe pertence.
E, embora viver o momento
pareça óbvio
e fundamental,
perde-se tempo demais
olhando para trás.

Então, quando não se imagina,
parte o trem.

Não espera,
não considera.
Acelera
levando-nos
com nossos sonhos
e frustrações,
conquistas e melancolias,
arrependimentos
e decisões.

À frente, não se sabe.
Nada se vê.

Onde?
Quando?
Outra estação.
E renova-se a angústia de viver.