segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tarde

Eu não tenho identidade.
Deixei de ser eu pra ser tua.
E não fosse a nudez dessa verdade
capaz de descobrir
além dos meus seios,
também aquele meu eu que nem eu
sei bem onde habita,
eu esconderia o que sinto
no fundo da alma
onde o coração palpita.

Eu não tenho identidade.
Sou muda, cega, não ouço.
Meu caminhar segue teus passos,
meus pensamentos, a tua voz.
E eu respiro, apenas...
O ar que você me sopra.

Distante dos braços que amo,
metade.
Envolta por eles,
una.


Um comentário:

Fabien disse...

Namo, você tem uma identidade e é ela que eu amo. Mas se vc é minha, então quero cuidar bem desta parte de mim que tem cabelo longo com pele cor de café... Obrigado pelo sacrificio da distancia e pelas provas de amor, amore mio !

Je t'aime.